Vitor Pereira «declarações de Proença deixou-nos tristes»

Vítor Pereira comentou a entrevista de Pedro Proença a Record e rejeitou responder "à letra" ao internacional português. O juiz lisboeta apontou para "o caos instalado" no Conselho de Arbitragem mas o presidente do mesmo organismo negou que tal fosse verdade e sugeriu que Proença se preocupasse com o teor das suas declarações já que não é fácil seduzir jovens árbitros para a atividade.
"Para além da liberdade de expressão inerente, [a entrevista] deixa-nos tristes. Todos os dirigentes da arbitragem, têm entre outros aspectos, divulgar as leis do jogo e divulgar a arbitragem. Se dentro do campo devemos procurar a excelência das exibições, por outro lado, devemos em todo o lado, divulgar a arbitragem. Há uma grande dificuldade de recrutar árbitros para esta atividade. Queremos que a adesão seja maior e o abandono precoce da atividade seja menor. Devemos promover a arbitragem em todos os momentos", aludiu em declarações à RTP esta quinta-feira, lembrando o papel que teve no "lançamento" de Proença na arbitragem.
"Tenho a noção que todo o país, todos os conselhos de arbitragem, estão a fazer um esforço tremendo para implementar um conjunto de medidas renovadoras no âmbito da arbitragem europeia. O Pedro Proença começou a carreira comigo, em 1988. Foi meu fiscal de linha durante dois anos. Ele foi meu colega de equipa. Acompanhei o início da sua formação académica. É uma grande felicidade termos árbitros da craveira dele. Ficámos muito felizes quando ele atingiu as finais da Champions e do Europeu em 2012, quando foi nomeado para o Mundial de 2014 da mesma forma quando Olegário Benquerença foi nomeado para o Mundial de 2010", disse, assumindo que seria uma "grande perda" se Proença deixasse a arbitragem logo após o Mundial de Clubes, sugerindo que o árbitro ainda em atividade poderá ter perdido alguma da motivação. "Os índices motivacionais são difíceis de encontrar. É preciso gostar muito do que se faz."
Quanto ao futuro, Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, não se sente abalado face às críticas de Pedro Proença e mostra-se motivado para levar o mandato até ao fim.
"Nós temos um rumo. A arbitragem tem objetivos. Na Federação, começámos com 40 objetivos em concreto. Mais ou menos a meio do mandato, temos cerca de 90 por cento dos objetivos concretizados. Quando estamos nestes lugares, temos de estar preparados para as críticas, sejam elas mais elaboradas ou em alguns casos completamente desconhecedoras. Estamos determinados em levar o mandato até ao fim e cumprir todas as promessas eleitorais", finalizou.

FONTE: Jornal Record

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