Realizou-se entre 22 e 24 de setembro, em Clermont-Ferrand, França, a primeira conferência sobre a investigação científica na arbitragem, que tem vindo a realizar-se pelo mundo, e a sua aplicação prática.
Esta conferência tinha como objetivos permitir o espaço de discussão entre os investigadores nesta área do saber e permitir a criação de uma rede de contactos que ajude a responder às temáticas emergentes, encontrando novos rumos dos desafios práticos da arbitragem.
A Federação esteve representada pelo presidente do Conselho de Arbitragem, Vítor Pereira, e pelo coordenador técnico da Academia de Arbitragem, João Pina. Para além das intervenções habituais, fizeram a apresentação do modelo de organização da Academia de Arbitragem, que abrange projetos em todo o país, e difundiram os vários programas de desenvolvimento, aperfeiçoamento técnico e de recrutamento e retenção que o Conselho de Arbitragem está a levar a cabo.
Com efeito, este foi o primeiro evento do género que permitiu reunir os maiores investigadores sobre a arbitragem da atualidade, de onde se destacam a canadiana Clare MacMahon, agora radicada na Austrália, o inglês Duncan Mascarenhas, o belga Werner Helsen, o alemão Henning Plesner e o português Duarte Araújo, entre outros.
Os vários trabalhos e estudos apresentados foram subordinados aos constrangimentos cognitivos e fisiológicos do desempenho dos árbitros, na perspetiva do jogo e do treino, a relação da arbitragem de elite com os media, representações, crenças e trabalho de equipa, motivação e os programas desenvolvimento da carreira do árbitro.
Inserida na conferência promovida pelo presidente da câmara de Clermont-Ferrand e realizada nos Paços do Concelho, realizou-se uma mesa redonda, aberta ao público francês, que teve como convidados o investigador e preparador físico da UEFA e da federação belga, Werner Helsen, o presidente da arbitragem da União Francesa de Râguebi, Joel Dume, o britânico Richard Stokes, responsável pela arbitragem da FIBA (Federação Internacional de Basquetebol Amador) e Vitor Pereira, em representação da arbitragem portuguesa.
Os quatro participantes na mesa redonda responderam a questões pertinentes como por exemplo: "Como se perspetiva a evolução da arbitragem no desporto de elite?", "Que tipo de evolução se espera na área do treino dos árbitros?", "Se a tecnologia pode ajudar?", "Deverá a interrelação dos árbitros com jogadores e treinadores ser incrementada? Se sim, que tipo de relação? Dentro ou fora do terreno de jogo?" ou "Pode a interação entre árbitros de vários desportos ser vantajosa para o seu progresso?".
Enfim, temas quentes e pertinentes que levaram a plateia e os intervenientes a quase duas horas de intenso debate e diferentes perspectivas relativamente ao modo como antevêem o futuro da arbitragem, desde a fase inicial de formação até ao topo da carreira.
FONTE: FPF
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