Entrevista do árbitro da Final da Taça das Confederações

Assim como para jogadores e técnicos, a final da Copa das Confederações da FIFA Brasil será um grande momento para o holandês Bjorn Kuipers e seus assistentes de arbitragem. Árbitro FIFA desde 2006, ele já trabalhou na UEFA Euro 2012 e apitou a decisão da última Liga Europa, entre Chelsea e Benfica.

Às vésperas do confronto entre Brasil e Espanha no Estádio do Maracanã, que definirá o vencedor do Festival dos Campeões, o juiz da partida conversou com exclusividade com o FIFA.com.

FIFA.com: Está gostando do torneio até agora?

Bjorn Kuipers: Muito. Foi um grande momento quando fui escolhido para a Copa das Confederações. Está sendo fantástico desde que cheguei. Aconteceram ótimos jogos.

E o que está achando do Brasil?

O país é incrível, muito grande e interessantíssimo. No entanto, não vimos tanto do Brasil porque não temos tempo para turismo. Treinamos na maior parte do tempo, e à tarde fazemos análises das partidas.

Qual é a sensação de ser escolhido para apitar a final?

Estou muito feliz e orgulhoso por ter sido apontado como o árbitro da final, não só por mim mesmo, mas pelos meus assistentes e pelo quarto árbitro. Também estou feliz pelas pessoas que trabalharam comigo nos últimos dois anos para alcançar este momento. Atingir esse nível exige um trabalho árduo, e nós atingimos.

Que tipo de jogo você espera?

Um jogão! O mundo inteiro está aguardando essa partida, é Brasil contra Espanha, dois dos países de maior tradição no futebol. Espero um jogo maravilhoso, com fair play e respeito de lado a lado.

O que acha do Maracanã?

É enorme, fantástico, moderno, respira futebol. O que mais se pode querer quando Espanha e Brasil estarão lá e você vai fazer parte disso? É um sonho. O estádio estará lotado e o clima será fantástico.


Que tipo de preparação vocês fazem antes de um grande jogo como esse?

Claro, é um jogo importante. Ambos os finalistas são países de grande tradição no futebol. Nós nos preparamos para todos os jogos. Fazemos uma análise da partida, estudamos os principais jogadores e nos inteiramos do estilo de jogo. Observamos quem faz passes longos, quem bate cantos.. Analisamos cada jogador e analisamos as partidas, portanto nos preparamos bem.

A atenção estará em você, Bjorn, mas vocês formam uma equipa . Qual é a importância desse trabalho em equipa? 

Na minha opinião, o trabalho em equipa é a parte mais importante da arbitragem. Claro que o responsável sou eu, o árbitro sou eu, mas não consigo fazer nada sem os meus assistentes. Podemos ter 90 minutos sem erros de arbitragem, e daí ninguém fala do árbitro. Mas para conseguir isso precisamos estar preparados. Felizmente a minha equipa está junta há bastante tempo, portanto nos conhecemos bem, e isto é muito importante.

A tecnologia da linha do golo é uma novidade. Que tipo de impacto ela teve no trabalho de vocês?

Até agora não precisamos usá-la, mas tivemos uma excelente explicação da tecnologia. Temos um relógio, e quando a bola cruza a linha, ele vibra e emite um bipe. Isso ajuda o árbitro em situações críticas. A tecnologia só veio para nos ajudar.

O seu pai também foi árbitro. A profissão está no sangue? 

Sim, acho que está no meu sangue. É preciso ser uma personalidade, administrar um jogo, administrar os jogadores, e para isso é preciso ter um passado no futebol. Eu fui jogador de futebol. E é preciso ser bom administrador.

Antes de uma partida como essa, o sonho de um jogador é fazer um gol, ou participar de um. E o seu?

O meu é bem simples. O meu sonho é que depois da final ninguém fale do árbitro!

FONTE: FIFA

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