Benquerença na Supertaça

O árbitro internacional português, Olegário Benquerença, vai dirigir o jogo da Supertaça Cândido de Oliveira, entre o FC Porto e a Académica, marcado para este sábado (11 de Agosto), pelas 20h45, no Estádio Municipal de Aveiro.

Depois de ter estado na decisão do troféu referente à época 2004/2005 – no Estádio Algarve o Benfica bateu o Vitória de Setúbal, por 1-0 –, o juiz da Associação de Futebol de Leiria volta a dirigir um encontro da competição. Os assistentes, João Santos e Luís Marcelino, e o quarto árbitro, Jorge Tavares, completam a equipa de arbitragem.

Em entrevista ao fpf.pt, Olegário Benquerença não esconde o orgulho por este voto de confiança do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol e garante que a sua equipa tudo fará para ajudar a proporcionar um grande espectáculo.

fpf.pt: Como recebeu a nomeação para dirigir, pela segunda vez, um jogo da Supertaça?

Olegário Benquerença: Recebi esta nomeação com uma enorme alegria. A Supertaça Cândido de Oliveira é uma competição de enorme importância e pergaminhos no panorama do Futebol Português e todos os árbitros – e eu não fujo à regra – sonham um dia poder dirigi-la. Cada final é, em si mesmo, um momento de eternidade e, nessa perspectiva, foi com grande satisfação e sentido de responsabilidade que recebi esta nomeação. Estou certo que, quer eu, quer os meus colegas, iremos demonstrar e justificar em campo a honra e o privilégio de participar numa competição desta grandeza.

fpf.pt: O facto de estar em disputa um troféu aumenta a pressão sobre a equipa de arbitragem?

Olegário Benquerença: A pressão e a arbitragem são dois factores que estão sempre lado a lado. Não há, para os árbitros, jogos sem pressão e é esse um factor com o qual convivemos bem. Dizer que este jogo tem mais ou menos pressão, é subjectivo, mas sendo uma final, é natural que os jogadores queiram fazer em 90 ou 120 minutos, aquilo que no Campeonato levam 30 jornadas a cumprir. Nessa perspectiva, a pressão será maior.

fpf.pt: O facto de a época estar a arrancar poderá condicionar, de alguma forma, o trabalho da equipa de arbitragem?

Olegário Benquerença: É óbvio que no início da época, nem árbitros, nem jogadores estão ainda a cem por cento das suas capacidades. Todos precisamos de encontrar rotinas e o nível exibicional que nos possa levar ao sucesso. Aquilo que tentaremos é estar o mais próximo possível do nível exibicional exigido a uma competição desta natureza. O que nos falta em preparação, sobrará em motivação, pelo que nos apresentaremos ao nível do expectável pelo Conselho de Arbitragem da FPF.

fpf.pt: O facto de conhecer a larga maioria dos jogadores que estarão em campo facilitará, de alguma forma, o seu trabalho?

Olegário Benquerença: O conhecimento mútuo faz com que saibamos aquilo com que poderemos contar. Conhecer os jogadores e as suas características ajuda-me a preparar o jogo, da mesma forma que o facto de os jogadores me conhecerem ajudá-los-á a não correrem riscos desnecessários, facilitando o trabalho da equipa de arbitragem.

fpf.pt: Como é preparada uma partida com esta importância?

Olegário Benquerença: Não foge muito daquilo que é a preparação de um jogo normal. Até à nomeação, gerimos expectativas sabendo que poderemos fazer parte do lote de selecionáveis. A partir do momento em que a nomeação é uma realidade, iniciamos um novo processo, que passa pela planificação semanal do treino, ajustando-a ao dia em que se disputa o jogo, para que lá cheguemos na plenitude das nossas faculdades físicas, técnicas e mentais. Fazemos, ainda, um estudo das características das equipas e dos jogadores, embora por estarmos em início de época, esse trabalho estará mais dificultado, uma vez que as equipas ainda estão à procura da sua melhor forma. Tudo é feito para procurar antecipar ao máximo aquilo que acontecerá no dia do jogo.

fpf.pt: Que mensagem gostaria de deixar aos intervenientes da Supertaça?

Olegário Benquerença: Gostaria de lembrar que estarão no relvado três equipas, todas elas à procura da melhor exibição possível. Da equipa de arbitragem, aquilo que esperamos é que estejamos à altura dos acontecimentos e preparados para agir e reagir em função dos acontecimentos. Gostava que todos os agentes assimilassem a ideia que vamos participar numa festa e que temos, cada um individualmente e todos em conjunto, a responsabilidade de proporcionar um grande espectáculo e que as pessoas acreditem – cada vez mais – que o futebol é um espectáculo que vale a pena.

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